quarta-feira, 17 de abril de 2013

O tique-taque do relógio biológico

É melhor estudar na parte da manhã, da tarde ou da noite? E para se exercitar, qual o melhor horário? As respostas a estas e outras perguntas dependem do ritmo biológico de cada um. A Cronobiologia explica.

Todos os seres apresentam alguma oscilação de funções orgânicas e de comportamento devido a flutuações noite/dia e estações do ano, mas principalmente em função do relógio interno. Dependendo de como ele trabalha, o organismo tende a ser matutino, vespertino ou, ainda, intermediário. Descobrir qual é o seu ritmo e ajustar o seu relógio biológico à sua rotina traz bem-estar, reforça o sistema de defesa, melhora o sono e o rendimento da pessoa (veja teste). O estudo dos ritmos biológicos é uma área da Cronobiologia e tem várias aplicações, em áreas como saúde e trabalho, por exemplo.


Esses ritmos são sincronizados a partir da interação do organismo com as mudanças de ambiente e da ação de estruturas no cérebro e em quase todas as células do corpo, formando uma rede, explica o pesquisador Luiz Menna-Barreto, do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP). Ou seja, o nosso relógio não é tão preciso quanto um modelo mecânico. Um dos ritmos biológicos é o circadiano que, como o próprio nome diz, acontece num período de um dia, como a fase de atividade e repouso, a produção de hormônios e a variação de temperatura corporal.

Em pessoas saudáveis, a temperatura corporal começa a subir nas últimas horas do sono, pouco antes do despertar, estimulando a sensação de alerta. À noite, a temperatura corporal cai, como forma de preparar o corpo para adormecer. E em torno do meio-dia, a temperatura cai levemente e algumas pessoas tendem a sentir moleza perto da hora do almoço. Os indivíduos matutinos têm preferência por acordar nas primeiras horas da manhã e sentem dificuldade para se manterem acordados além do seu horário habitual de dormir. Já os vespertinos tendem a dormir e acordar tarde. Acabam por dormir menos durante a semana, devido a compromissos diários, e ficam mais tempo na cama nos fins de semana, para compensar o sono semanal perdido. Por isso, o ciclo vigília/sono dos vespertinos é irregular. Os vespertinos cochilam mais durante o dia e sofrem problemas de falta de atenção e concentração.

Existem, ainda, os indivíduos intermediários, que apresentam uma maior flexibilidade para ajustar seu sono para mais cedo ou mais tarde, sem prejuízo ao bem-estar. A grande maioria da população é intermediária. Daí a importância de conhecer o seu ritmo e tentar ajustar as suas atividades diárias a ele. Nos primeiros anos na escola, esse acerto é essencial ao aprendizado. Na puberdade, os ritmos biológicos estão se ajustando, especialmente o ciclo vigília-sono.

O pré-adolescente geralmente começa a sentir sono e a acordar mais tarde. Porém, os colégios brasileiros matriculam crianças pequenas na parte da tarde, deixando o horário da manhã para os maiores. Um erro. "Esses adolescentes têm dificuldade para sair da cama cedo e sofrem privação parcial de sono, o que prejudica o rendimento por causa da sonolência diurna", afirma a pesquisadora Lúcia Rotenberg, especialista em Cronobiologia do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde (Fiocruz).

Quer saber em qual grupo você se encaixa? Faça o teste abaixo e melhore seu rendimento com pequenas mudanças de hábitos.

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