Provavelmente, no momento em que você lê este post, um homem cria palavras cruzadas em um sótão de Barreiro, cidade próxima a Lisboa, Portugual. Assim vem sendo, por vinte anos, a rotina do português Paulo Freixinho. Hoje, aos 42 anos, Paulo tem orgulho em dizer que sua profissão é de “Autor de palavras cruzadas” e que já criou mais de vinte mil passatempos.
Em entrevista, Freixinho contou um pouco de sua história e paixão pelas palavras.
Como você se tornou um criador de palavras cruzadas? Como começou essa história?
O gosto pelas palavras cruzadas surgiu por volta dos 14 anos. Comprava revistas e um dia resolvi tentar criar as minhas próprias palavras cruzadas. Mais tarde, no atelier gráfico onde trabalhei, surgiu a oportunidade de criar uma página de passatempos para uma revista sobre cinema. O atelier fechou e decidi lançar uma revista de passatempos, juntamente com um colega de trabalho. A revista levou-me até a Agência Feriaque, para a qual comecei a fazer passatempos.
Você tem outras atividades além de criar palavras cruzadas?
Sou autor de palavras cruzadas o tempo inteiro, aliás, este ano (2010) comemoro vinte anos de passatempos. Para desanuviar, tenho como hobbies a música e a pintura.
Para quais publicações você faz suas criações?
Ao longo deste tempo, criei passatempos para os principais jornais e revistas publicados em Portugal. Ainda sou do tempo da tinta da china e da máquina de escrever. De momento, crio passatempos para o Jornal Público, Jornal de Notícias, revista CARAS, revista Selecções do Reader's Digest (Seleções), revista Ponte (dirigida aos falantes da língua portuguesa em Londres), uma revista angolana, entre outras publicações.
Que desafios você encontra na criação de palavras cruzadas?
Procuro que exista sempre um equilíbrio entre o entretenimento e o conhecimento. Procuro variar o máximo possível nas palavras que utilizo, o que não é fácil quando se cria um tão grande número de passatempos e com prazos de entrega sempre muito curtos.
O que mais gosta nessa atividade?
Adoro descobrir palavras curiosas, conhecer os seus significados e ter a possibilidade de partilhar essa descoberta com as pessoas que habitualmente fazem Palavras Cruzadas.Desde que, aos 40 anos, me tornei num “leitor compulsivo”, esse prazer aumentou.
Esta pergunta foge um pouco do assunto, mas não poderia deixar de fazer a um amante da língua portuguesa. O que você achou da reforma ortográfica? Vi que aborda o assunto com certa frequência em seu blog.
Tema complicado... Tento entendê-la, tenho esse dever. Penso que tem coisas positivas e coisas negativas (ou estranhas). Não gosto da perda de alguns acentos e não gosto das duplas grafias. Acho que demorou muito tempo para que fosse posta em prática e agora parece-me um pouco "desajustada". É uma reforma ortográfica, mas as diferenças continuarão a existir entre o Português europeu e o Português do Brasil (e ainda bem!). No entanto, ajuda ter uma grafia única, por exemplo: para criar palavras cruzadas! Mas os enunciados continuarão a ter as suas diferenças.
Olá,
ResponderExcluirObrigado pela divulgação... foi um prazer responder às vossas perguntas.
:-)
Amplexos e ósculos,
PF
É sempre um prazer ler/fazer as Palavras Cruzadas do Paulo Freixinho. Parabéns pela entrevista. Ele merece.Orgulho da nossa língua.
ResponderExcluirPaulo Freixinho, sou sua fã, adooooooooro palavras cruzadas, herdei o gosto do meu pai e até meuus filho de 6 anos já faz!
ResponderExcluiroi meu nome é ELIANA tenho 31 anos e moro em salvador.sou empregada doméstica e adoro as revistas coqueteis.é muito legal
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